No centro do palco enfumaçado, uma Claudia Raia seminua move os quadris sensualmente. Segue em direção à plateia, cantando e lançando olhares enviesados. O número é do espetáculo Cabaret, o 10º musical da carreira da atriz, no teatro Procópio Ferreira. Nele, ela interpreta Sally Bowles, uma prostituta e dançarina que se apaixona por um escritor. Com 150 figurinos mínimos - Claudia e bailarinos passam o espetáculo praticamente inteiro de lingerie - Cabaret é adaptado de clássico da Broadway que foi para Hollywood em 1972 em longa homônimo imortalizado por Liza Minnelli.
O espetáculo original é de 1966 e foi escrito pelo dramaturgo Joe Masteroff, que se baseou na peça Eu Sou Uma Câmera, de John Van Druten, inspirada, por sua vez, no livro Adeus, Berlim, de Christopher Isherwood. A história se passa em 1931, num cabaré decadente de Berlim, o Kit Kat Club.
Na versão original, as músicas são de John Kander e Fred Ebb - dupla de compositores dona de musicais de sucesso como Chicago e O Beijo da Mulher Aranha. Na versão brasileira, as adaptações musicais e do texto ficaram por conta de Miguel Falabella. A montagem conta com 21 atores e uma orquestra de 14 músicos. A direção geral é de José Possi Neto.
O papel de par romântico de Claudia Raia estava prometido a Reynaldo Gianecchini, mas como o ator está afastado dos trabalhos artísticos para tratar de um linfoma, foi substituído por Guilherme Magon, de 25 anos, que vinha de Mamma Mia!.
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