sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

ECLIPSE - Estreia nacional!

O Grupo Galpão estreia, a partir do dia 3 de dezembro, seu novo espetáculo, ECLIPSE, livre adaptação da obra de Anton Tchékhov. A direção é do russo Jurij Alschitz, com assistência da lituana Olga Lapina e do mineiro Diego Bagagal. A temporada vai até dia 18 de dezembro, de quinta a sábado, às 21h, e domingo, às 19h, no Galpão Cine Horto.


Projeto VIAGEM A TCHÉKHOV
Eclipse completa o projeto Viagem a Tchekhov, lançado pelo Grupo Galpão em 2011. O Grupo propôs um mergulho, durante um ano, na obra do autor russo, com o objetivo de montar dois espetáculos. Para embarcar nesse desafio, pela primeira vez, a trupe se dividiu: em abril deste ano, Antonio Edson, Arildo de Barros, Eduardo Moreira, Fernanda Vianna, Paulo André, Teuda Bara e a atriz convidada Mariana Muniz, participaram da primeira montagem, Tio Vânia (aos que vierem depois de nós), que teve estreia nacional em Curitiba e depois seguiu em turnê pelo país. O clássico de Anton Tchékhov esteve sob direção da mineira Yara de Novaes. Agora, Chico Pelúcio, Inês Peixoto, Júlio Maciel, Lydia Del Picchia e Simone Ordones se preparam para lançar a segunda montagem do projeto, Eclipse, que propõe uma livre visitação à obra do escritor russo. Para o ator Chico Pelúcio, “montar Tchékhov expressa as aspirações individuais e coletivas do grupo e, ao mesmo tempo, retrata a fase de maturidade do Galpão, que completa 30 anos de existência em 2012”, diz.

O PROCESSO
Eclipse surgiu de um encontro com o diretor e professor russo, residente em Berlim, Jurij Alschitz, que, em 2006, veio ao Galpão Cine Horto para ministrar uma oficina e dar palestra. Em 2010, o Grupo voltou a encontrá-lo no ECUM (Encontro Mundial de Artes Cênicas), quando três atrizes do Galpão participaram de sua oficina. “O convite veio naturalmente. Estávamos empolgados com sua visão de teatro e seu trabalho de treinamento de atores, desenvolvido no Akt-zent International Theater Centre que Jurij coordena em Berlim”, conta Chico Pelúcio.
Desde o início do processo, Jurij Alschitz apostou no risco de buscar um teatro que Tchékhov estaria fazendo, caso ainda fosse vivo. Segundo o diretor russo, não é possível tentar reproduzir princípios do drama psicológico ou tão pouco beber na commedia dell’arte.
Para a construção do espetáculo Eclipse, os atores do Galpão se envolveram com a leitura de peças e contos de Anton Tchékhov. Buscavam na obra do grande autor russo, referências e reflexões filosóficas sobre temas universais que continuam a atravessar o homem de hoje. Nas primeiras conversas, os contos foram selecionados à distância, via Skype. Depois, em workshops internos, as cenas eram gravadas e enviadas ao diretor. Posteriormente, vieram os encontros presenciais nos meses de junho (em Belo Horizonte), setembro (em Berlim) e novembro (em Belo Horizonte). Nos períodos de ausência do diretor, os atores trabalharam sob a coordenação do assistente de direção Diego Bagagal e do diretor musical Ernani Maletta, preparando canções populares românticas da Rússia e cenas e estudos sobre a “virada russa” do começo do século XX.

DRAMATURGIA
Jurij Alschitz assina também a dramaturgia. A partir de tudo que foi trabalhado, o diretor criou uma estrutura dramatúrgica centrada na ocorrência de um eclipse. O fenômeno vem como uma metáfora para os atores trazerem ao palco as palavras do autor. Os textos, recortes de vários contos de Tchékhov, não possuem uma abordagem formal e psicológica. Eles são reunidos em episódios independentes, que expressam pensamentos sobre o destino do homem, da humanidade e do próprio teatro.
LINGUAGEM
A linguagem estética que permeia os elementos da encenação, como o cenário, o figurino, a luz e a sonoplastia, é inspirada na vanguarda russa do início do século XX, o suprematismo. Criada por volta de 1913 por Kazimir Malevicht, a corrente vai defender uma arte livre de finalidades práticas e comprometida com a pura visualidade plástica. Trata-se de romper com a ideia de imitação da natureza, com as formas ilusionistas, com a luz e a cor naturalistas, com referências ao mundo objetivo. Nesta corrente predominam as cores primárias como o azul, o vermelho, o amarelo, as oposições de claro e escuro e as formas geométricas. Existe uma inclinação pelo resgate das origens e raízes.

2 comentários:

  1. Nossa, quanto tempo que esse grupo não vem na Mostra.
    Lembro muito deles.
    Por que a Prefeitura não investe em coisa boa também?

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  2. Assisti a outra peça deles em São Paulo, muito bom. Mas eu gostava mais das comédias que els faziam.

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